12 de julho de 2011

Sobre a morte e meus sapatos fúnebres

Eu acho que eu vou morrer. Foi o que eu pensei. E mais do que isso, eu senti. Me sentia fraca e nunca pensei na morte com tanta verdade. Coragem também, apesar da saudade que já foi tomando conta do meu coração. Pensei nos últimos acontecimentos da minha vida, em quem sentiria minha falta, de quem eu sentiria falta... Será que vou pro outro mundo devendo alguma coisa? Talvez as coisas se resolvessem se ele soubesse que eu morreria. Não quero que se sinta culpado no meu enterro, mas também quero que se arrependa por não aproveitar por ainda me ter viva. Tudo corre para isso; o sonho, a despedida, a carta. Sempre imaginei que viveria por muitos anos. Mas também sempre imaginei que me casaria, e agora, bem... Não, eu não quero morrer agora. Isso tudo é frescura, minha mãe sofreria. Mas se eu eventualmente morrer por outra vontade que não seja a minha, se de repente eu descobrir que não tenho mais muitos dias, me enterrem com aquele par de botas que eu ainda nem usei. Porque a morte é quando a gente pode finalmente dormir de sapatos.

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