31 de janeiro de 2012

Confissões de uma pós vestibulanda

Desabafo escrito em 31 de janeiro de 2012, um pouco depois do praticamente fim do maior caos da minha vida.


Lully, lendo teu texto me vi escrita e me identifiquei com teus sentimentos. Os dois anos que passaram depois do vestibular foram os piores da minha vida. Talvez depois eu vá perceber que foram os melhores também, mas por enquanto ainda dói o trauma.

Senti muito do teu nervosismo, indo pras aulas torturantes da faculdade, tendo que superar cada dia meus limites, puxando meu próprio tapete, ficando sem chão. Quando entrei na faculdade vi que aquele caminho não era fácil. me achei covarde por querer desistir. Por não ser forte. Por não me encaixar naquilo que era meu sonho até o vestibular...

Sentia confiança, de que em algum futuro eu estaria segura... Eu achava isso o cúmulo da minha covardia: por não ter coragem para enfrentar meus medos eu ficava sonhando em fazer alguma coisa que não me desafiasse. Sentia confiança também, e a mais pura delas, quando minha mãe me ligava de noite e me dizia que ia ficar tudo bem, mesmo quando eu estava chorando desesperadamente, pensando meu Deus por que eu fui escolher este curso?

Mas o mais desesperador era o desespero, como tu diz. O desespero quando descobri que meus planos de fazer algo que me deixasse segura foram por água abaixo... Quando me senti realmente sozinha, em uma cidade sem ninguém pra confiar. Longe das pessoas que eu mais amo, longe da minha família, que se tornou essencial pro meu equilíbrio, longe da pessoa que eu amava e me abandonou, longe de todas aquelas experiências que eu amava ter: minhas aulas de teatro, dança, acampamentos, festas...

Me faltava energia também, já não tinha ânimo nem pra arrumar meu apartamento, chorava baixinho ou pior, engolia o choro toda vez que pensava nas coisas que estavam me fazendo mal.

Mas o que eu realmente queria te dizer com esse texto, Lully, é que o caos passou.

Percebi que aquilo que eu sentia não se chama covardia, que eu havia tomado uma decisão errada e mesmo que nossas decisões sejam irremediáveis, tudo na vida "dá-se um jeito", como diz minha mãe. Nunca é tarde pra mudar, escolher de novo, sonhar.

Talvez o que eu mais tenha sentido falta nesses dois anos foi de sonhar. Quando me permiti olhar mais amplamente pra minha situação e mudá-la, já sentia o alívio. Agora posso dizer que sou feliz novamente, continuo minha faculdade, aprendi a gostar dela e lidar com as dificuldades. Comecei a fazer o que me faz feliz, fotografar, e não acho que isso seja covardia.

Eu sei que teu caso é bem diferente do meu, não quero aqui te dar conselhos. Só quero dizer que assim como tu sentiu falta dos teus amigos eu também senti dos meus. Conta comigo sempre que precisar e quando se sentir assim, confiante, nervosa e desesperada, me liga. Pelo menos agora tu sabe que eu vou te entender.

5 de janeiro de 2012

Papel de Carta

Canção de adeus



...porque "toda canção de ida é, no fundo, um pedido pra voltar".





Lembro do momento em que achei que em mim não caberia mais amor. Que eu explodiria a qualquer momento, deixando espalhar estrelas pequenas banhadas em mel. Que todos deveriam ter essa mesma sorte. Que ninguém poderia ser tão feliz.





Amava dentro de um pretérito que mesmo imperfeito, acabou.





Te amava. Te amo. Abro mão.





Me despeço. Peguei pelos cabelos a saudade que alimentei e botei pra dormir, que deixei apertar, que deixei dizer, que ouvi, e te devolvi. Não, obrigada. Essa eu não quero mais.



escrito por Monique Heemann



http://cartapapelde.blogspot.com/2011/12/cancao-de-adeus.html?spref=fb


3 de dezembro de 2011

solução para as indecisões da vida

cara = sim
coroa = não.

e o jogo "decida sua vida no cara ou coroa - tomar uma decisão é mais fácil do que você pensa" começa com a pergunta:
Tenho coragem de seguir à risca todas as respostas??


hora de jogar a moeda.

21 de novembro de 2011

true love

Enquanto minhas mãos tremerem, minha voz embargar e meu coração saltar no peito ainda saberei quem é meu verdadeiro amor.

21 de outubro de 2011

tava pensando

se pode ter crueldade maior do que dizer pra uma pessoa 'seja feliz' ao mesmo tempo em que tira a razão de sua felicidade. Tira as pernas de uma pessoa cujo sonho é correr - agora você não ficará mais cansado, não terá que se preocupar com os treinos insuportáveis para a corrida... mas esqueça a maratona
o sonho acabou e é como se uma parte de mim morresse junto

6 de agosto de 2011

palpite

Eu sinto a falta de você
me sinto só
e aí
será que você volta?

21 de julho de 2011

rain rain rain

it's hard to hold a memory when there's nothing left to hold. january - black label society

13 de julho de 2011

Sonhos são

os poucos momentos em que podemos conversar e matar a saudade daqueles que já se foram...

Réquiem para Pina Bausch - Tadashi Endo

12 de julho de 2011

Sobre a morte e meus sapatos fúnebres

Eu acho que eu vou morrer. Foi o que eu pensei. E mais do que isso, eu senti. Me sentia fraca e nunca pensei na morte com tanta verdade. Coragem também, apesar da saudade que já foi tomando conta do meu coração. Pensei nos últimos acontecimentos da minha vida, em quem sentiria minha falta, de quem eu sentiria falta... Será que vou pro outro mundo devendo alguma coisa? Talvez as coisas se resolvessem se ele soubesse que eu morreria. Não quero que se sinta culpado no meu enterro, mas também quero que se arrependa por não aproveitar por ainda me ter viva. Tudo corre para isso; o sonho, a despedida, a carta. Sempre imaginei que viveria por muitos anos. Mas também sempre imaginei que me casaria, e agora, bem... Não, eu não quero morrer agora. Isso tudo é frescura, minha mãe sofreria. Mas se eu eventualmente morrer por outra vontade que não seja a minha, se de repente eu descobrir que não tenho mais muitos dias, me enterrem com aquele par de botas que eu ainda nem usei. Porque a morte é quando a gente pode finalmente dormir de sapatos.

sonho

Debaixo dessas cinco lápides tá o dinheiro que ele precisa pra reformar a casa.

Quem sou eu

como os minutos
nunca serão os mesmos; diferentes são os relógios.
talvez haja uma regra geral da qual eu não consiga escapar,
os minutos sejam contraditórios mas as horas sejam sempre as mesmas...
Mas o importante é que o ajuste jamais será igual.
em um já é ano novo, no outro ainda faltam cinco minutos...

11 de julho de 2011

Caio F.A.

Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia.



Aqueles dois - Caio Fernando Abreu

10 de julho de 2011

insisto no final

Final feliz só se fossem dois velhinhos que morresem dormindo de mãos dadas ou algo assim.
Pretensão acreditar nessas coisas.

Porque tudo na vida é passageiro


...menos o motorista.

9 de julho de 2011

finais

Não existem finais felizes, justamente porque se fossem felizes não seriam finais.

2 de julho de 2011

confissão

Por um tempo cheguei a pensar que sem você eu não viveria

e temia esta situação por saber que relações que chegam nes

te ponto logo chegam ao fim... eu não queria ouvir você dizer

que eu deveria viver minha vida, afinal, eu nem sabia mais qu

al era a minha e qual era a tua vida. É duro saber que tudo ac

abou mas agora entendo o verdadeiro sentido da palavra liber

dade. Acho que não preciso dizer mais nada.

25 de junho de 2011

é o que a minha mente grita

LI


BER


DA


DE!


23 de junho de 2011

pensamentos suicidas de manhã cedo

Então ela cruzava aquelas duas ruas quatro vezes de manhã e mais quatro vezes de noite.
Totalizando um não sei quanto tempo de risco.
Por que não poderia ser atropelada?
Afinal, tratam-se de ruas movimentadas...

chove

e tão mais forte é a chuva mais forte são minhas lágrimas
que elas pudessem cair cada vez mais forte causando mais barulho e assustando as pessoas ao redor,
e no fim que causassem uma enchente e me levasse junto
me arrastasse
e me afogasse.

Seria tão bom

não ter que responder a todas as vezes em que perguntam "tudo bem?". Eu queria poder dizer, não, não está tudo bem, sem ter que dar maiores satisfações nem fazer com que a pessoa ficasse assustada. É como se fosse algo normal do ser humano ficar triste, entende?Não, não entende, porque está sempre "tudo bem sim, e contigo?"

quedate aqui - Salma Hayek

y no me digas que me amas,
no me digas que me adoras,
dime solo que te quedas,
una vida junto a mi.