23 de novembro de 2009

concretista

ela chega em casa tira a roupa entra no boxe liga o chuveiro olha a água cair pensa nele molha os pés pensa nele molha o corpo passa o xampu espera um minuto enxágua o cabelo passa o creme hidratante espera dois minutos enxágua o cabelo passa o sabonete passa o condicionador espera dois minutos enxágua o cabelo enxágua o corpo desliga o chuveiro sai do boxe calça o chinelo pega uma toalha enrola na cabeça pega outra toalha se enxuga veste um roupão vai para o quarto senta em frente ao espelho passa o creme para rugas passa o creme para os seios passa o hidratante para as pernas seca o cabelo prende o cabelo tira o roupão veste a calcinha veste uma blusa deita na cama pega um livro tenta ler desiste pensa em ligar para ele desiste liga a tevê programa para desligar sozinha fecha os olhos pensa nele vira pra um lado pensa nele vira pro outro pensa nele resolve assistir a tevê dorme sonha com ele a televisão desliga

Escrito por Victor Az

20 de novembro de 2009

Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

19 de novembro de 2009

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Era uma vez três irmãs: Maria, Lúcia, Violeta, unidas nas correrias, unidas nas gargalhadas. Lúcia, a das negras tranças Violeta, a dos olhos mortos; Maria, a mais moça das três. Era uma vez três irmãs, unidas no seu destino.

Cortaram as tranças de Lúcia, cresceram seus seios redondos, suas coxas como colunas, morenas, cor de canela. Veio o patrão e a levou. Leito de cedro e penas, travesseiros, cobertores. Era uma vez três irmãs.

Violeta abriu os olhos, seus seios eram pontuados, grandes nádegas em flor, ondas no caminhar. Veio o feito e a levou. Cama de ferro e crina, lençóis e a Virgem Maria. Era uma vez três irmãs.

Maria, a mais moça das três, de seios bem pequeninos, de ventre liso e macio. Veio o Patrão, não a quis. Veio o feitor, não a levou. Por último veio Pedro, trabalhador da fazenda. Cama de couro de vaca, sem lençol, sem cobertor, nem de cedro, nem de penas. Maria com seu amor.

Era uma vez três irmãs: Maria, Lúcia, Violeta, unidas nas gargalhadas, unidas nas correrias. Lúcia com seu patrão, Violeta com o seu feitor e Maria com seu amor. Era uma vez três irmãs, diversas no seu destino.

Cresceram as tranças de Lúcia, caíram seus seios redondos, suas coxas como colunas, marcadas de roxas marcas. Num auto pela estrada cadê o patrão que se foi? Levou cama de cedro, travesseiros, cobertores. Era uma vez três irmãs.

Fechou os olhos Violeta com medo de olhar em torno: seus seios bambos de pele, um filho pra amamentar. No seu cavalo alazão, o feitor partiu um dia, nunca mais há-de voltar. Cama de ferro se foi. Era uma vez três irmãs.

Maria, a mais moça das três, foi com seu homem pro campo, pras plantações de cacau. Maria voltou do campo, era a mais velha das três. Pedro partiu um dia, não era patrão nem feitor, partiu num podre caixão, deixou a cama de couro e Maria sem seu amor. Era uma vez três irmãs.

Cadê as tranças de Lúcia, os seios de Violeta, cadê o amor de Maria?

Era uma vez três irmãs numa casa de putas pobres. Unidas no sofrimento, unidas no desespero, Maria, Lúcia, Violeta, unidas no seu destino.


trecho do livro Terras do Sem Fim - Jorge Amado

17 de novembro de 2009

sepia

Hoje eu to azul.
ontem eu tava rosa avermelhada
meu normal é verde
ou laranja
sábado eu tava preto e branco ;x
quem sabe isso seja um bom sinal?



Sorry, a felicidade bloqueia minha inspiração, isso foi o máximo que consegui ;)

9 de novembro de 2009

21 Guns - Green Day

Do you know
What's worth fighting for,
When It's not worth dying for?
Does it take your breath away
And you feel yourself suffocating?
Does the pain weight out the pride?
And you look for a place to hide?
Did someone break your heart inside?
You're in ruins

One, 21 guns
Lay down your arms
Give up the fight
One, 21 guns
Throw up your arms
Into the sky
You and I

When you're at the end of the road
And you lost all sense of control
And your thoughts have taken their toll
When your mind breaks the spirit of your soul
Your faith walks on broken glass
And the hangover doesn't pass
Nothing's ever built to last
You're in ruins

One, 21 guns
Lay down your arms
Give up the fight
One, 21 guns
Throw up your arms
Into the sky
You and I

Did you try to live on your own?
When you burned down the house and home?
Did you stand too close to the fire?
Like a liar looking for forgiveness from a stone
When it's time to live and let die
And you can't get another try
Something inside this heart has died
You're in ruins

One, 21 guns
Lay down your arms
Give up the fight
One, 21 guns
Throw up your arms
Into the sky
You and I...

3 de novembro de 2009

Eu prometo não te prometer nada
Nem te amar para sempre
Nem não te trair nunca
Nem não te deixar jamais
Estou aqui, te sinto agora
sem máscaras nem artifícios
e enquanto for bom para os dois
que o outro fique
Nada a te oferecer exceto eu mesmo
Nada a te pedir exceto que sejas quem tu és
A verdade é o que temos de melhor
para compartilhar um com o outro
Tuas coisas continuam tuas
e as minhas, minhas
Não nos mudaremos na loucura de tornar eterno
esse breve instante que passa
Se crescermos juntos,
ainda que em direções opostas,
saberemos nos amar como somos
e não teremos medo ou vergonha um do outro
Não te prendo e não permito que me prendas
Nenhuma corrente pode deter o curso da vida
Quero que sejas livre como eu próprio quero ser
Companheiros de uma viagem
que está começando
cada vez que nos encontramos novamente
.
[União Anarquista, Geraldo Eustáquio de Souza]