9 de dezembro de 2010

contos

Cheguei no mercado onde tem o restaurante onde eu resolvi almoçar no último mês, (já que não moro nos EUA e minhas opções de restaurantes quase decentes se resumem a 3) e putz cheguei lá na hora do pico, todo mundo saindo do trabalho pra almoçar. Eu sempre ia antes do meio dia ou lá por uma e meia, mas hoje não deu e as mesas individuais estavam todas ocupadas. É meio difícil se virar sozinha nesse mundo. A gente fala em individualismo mas o fato é que não dá nem pra comprar um ovo só no mercado sem ficar constrangida. E aí eu me obriguei a procurar uma mesa para quatro pessoas que não estivesse toda ocupada. Muito educada, é claro, perguntei para uma mulher que estava sentada se a metade da mesa estava ocupada e ela disse que não, então respirei aliviada porque eu queria logo encontrar uma mesa. A fila era grande e por mais que eu tivesse tempo eu estava com pressa decorrente do meu nervosismo. Quando a gente tá nervoso dá uma pressa desgraçada, quero tudo pra ontem. E até que eu enfrentasse aquela fila e conseguisse me servir e chegar de volva à mesa, a mulher já havia terminado de comer. Mas ela não pegou sua bolsa e foi embora. Me perguntei se ela estava esperando alguém. Ela puxou assunto, disse que o restaurante estava lotado... eu concordei, fui muito generosa, qualidade que estou a prendendo a ter com o teatro. E então eu almoçei e ela continuou ali. Não fiquei envergonhada porque não sentia se ela estava me olhando ou não e eu estava tão absorta nos meus pensamentos que nem pensei muito nela. Mas ninguém chegou. Eu terminei de almoçar, peguei minhas coisas e fui até o banheiro pensando em dar tchau quando fosse embora. mas quando voltei vi que a saída era pelo outro lado e ela estava muito longe para eu dar tchau. Então não dei. Fui mal educada. E a mulher continuou lá, esperando não se sabe quem.

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